14 agosto 2012

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A vida voltara ao seu curso normal. 
Dia de trabalho, de faxina, de colocar as coisas em ordem, de pensar em uma maneira de que tudo se resolva; esse pensamento atingiu Carolina e Phillip.
Carolina começara no curso de extensão que Dona Berenice propusera e teria que abdicar de uma semana somente para ele, mas a semana passaria rapidamente e logo mais já seria Natal e todos iriam se reunir na casa de Dona Elena. 
Carolina encontrou Celso e Sara abrindo a Biblioteca e foi saudada por eles.
- Você conhece essa senhorita, Sara? - perguntou Celso debochando.
- Não, nunca vi mais preta! - respondeu Sara.
- Misericórdia! Sai daqui você e esse seu bronzeado! - falou Celso.
- Gostaram? - perguntou Carolina sorrindo de orelha a orelha.
- Arrasou, amiga! Quem vai falar agora que você tem cara de bibliotecária?! Preciso fazer companhia a você neste bronzeado! - falou Sara.
Celso foi caminhando para acender todas as luzes e examinar se o lixo estava realmente limpo (sem rato ou inseto invasor). Colocou sua mochila no balcão, seguido de Sara e Carolina que conversavam sem parar e acariciou a imagem da Santa Teresa de Ávila, agradecendo pelo final de semana e falou:
- Depois volto para saber as novidades, vou fazer café!
- Espera! Tenho surpresinhas para vocês! - falou Carolina.
- Então o café pode esperar...
Carolina deu a Sara uma escultura em madeira com um casal de gatos com seus filhotinhos enrolados em seus rabos. Sara adorou o presente, os gatinhos eram uma graça. Ela e Carolina adoravam os felinos. Quanto a Celso, Carolina deu uma garrafa artesanal de uma cerveja caseira. Só a garrafa valia o presente e Celso também adorou.
- Vou esperar o momento certo para abrir esta garrafa. Obrigado, carinho! Você é demais! - falou Celso dando um beijo em Carolina.
- Olha, Phillip também comprou uma dessas para o Otto e uma para ele, pois ficou curioso e acabou achando a cerveja muito boa.
- Ahh, que bom que vou beber essa cerveja também! - falou Sara rindo.
- Pois é, agora você já sabe.
- Bem, agora que estamos devidamente apresentados aos presentes, está na hora do café! - bradou Celso indo para a copa.
Minutos depois, um cheirinho de café invadia o ambiente e Celso voltava equilibrando-se com três canecas de café bem quente. Com suas devidas bebidas em mãos, eles retornaram a conversa, na espera de que algum frequentador chegasse e cessasse o bate-papo animado.


Phillip foi um dos primeiros a chegar à empresa, estava bastante motivado e disposto. Cumprimentou Ana, que estava diferente, não sabia o que, mas ainda tinha o olhar acessível de sempre e foi até a sala de Otto colocar a garrafa artesanal em sua mesa e depois rumou para a copa, enchendo uma caneca de café. 
Se já estava agitado, porque não ficar ainda mais? Estava com muitos pensamentos, mas iria esperar Otto para uma conversa.
Meia hora depois, Otto chegou, com a garrafa na mão e uma caneca de café na outra, agradecendo o presente e perguntando se poderia experimentar ali e agora. 
- Se você quiser beber a cerveja quente, vá em frente! - riu Phillip.
- Pode crer, não tinha pensado nisso. Dessa vez você me pegou. Como foi a viagem? Tudo bem, irmão?
- Digamos que foi sensacional!
- Hmmm, cuidado que a maluca pode ouvir e pôr tudo a perder.
- Não precisa, ela já fez sua entrada triunfal, como sempre. - falou Phillip com ar chateado.
- Não acredito! Ela foi até vocês? - perguntou Otto amedrontado.
- Não, né, cara? Também não vamos exagerar. Ela ligou para o meu celular e a Carolina atendeu e ficou possessa da vida.
- É de se esperar, aquela mulher fez curso extensivo de como irritar o próximo. E saiu com ótimas notas. - debochou Otto.
- Pois é, e depois disso pensei em fazer uma proposta para ela.
- E qual é? 
- Quero vender o apartamento que eu e Luciana morávamos e oferecer uma parte da venda, já que o apartamento está vazio e voltei a morar com meus pais. - falou Phillip olhando fixamente para Otto.
- Você está doido, irmão?
- Doido? Por quê?
- Por que você daria o dinheiro do seu apê para uma mulher que está claramente querendo te roubar?
- Não é bem assim, cara!
- Não é? Tem prova maior que esse filho? Não sei, mas tem algo cheirando muito mal aí. 
- Luciana é uma megera, mas não acho que ela seja essa vilã que todos pintam. Você acha que eu deva esperar então? Só não quero que Luciana pense que vou aceitar suas chantagens, não vou ficar com ela.
- Você queria calar a boca dela, então? - perguntou Otto.
- Sim. Se ela quer mesmo dinheiro, ela vai aceitar, não é? E assim, ela me deixaria em paz, livre.
- Mas aí ela vai querer mais e mais, igual traficante, irmão. 
- O que ela pode fazer se eu recusar?
- Não sei, mas já viu que ela é aplicada na malandragem. Pode sobrar para você ou mesmo para Carolina.
- Ela não teria essa ousadia! E mesmo assim, estou mesmo querendo vender aquele apartamento.
- Então, irmão, venda e fica com o bico calado. Guarde a grana e espere mais um pouco.
- Acho que irei fazer isso mesmo. Valeu, cara! Precisava de uma sugestão.
- De nada. Se fizer um desconto por seu irmão aqui, talvez eu compre o apartamento.
- Sério?
- Seríssimo! Quem sabe não está na hora de deixar o barco e ser responsável, casar...
- Casar? Você está falando sério mesmo?
- Bem, casar, casar, acho que ainda vai demorar algum tempo, mas quem sabe juntar as escovas de dente com a Sara.
- Que boa notícia! Santa Sara te curou! E suas amigas, sumiram?
- Que amigas? Só tem Sara na minha vida, ela realmente é especial, estou aprendendo muito com ela e ela comigo, isso tinha que ser justo.
- Justíssimo!
- Vou falar com Sara e depois falo contigo.
- Boa, cara! Isso aí! Antes de sair, o que houve com a Ana?
- Aninha? Como assim?
- Ela está diferente...
- Ela colocou um aplique no cabelo, ficou bonita com os cabelos maiores, não é mesmo?
- Caramba! Sabia que ela estava diferente. - falou Phillip por fim.
Antes de sair para o curso, Carolina ligou para Phillip informando que só poderia falar com ele na hora do intervalo e que já estava com saudades.
Logo em seguida ligou para Luca pedindo para que eles almoçassem juntos no dia seguinte, queria conversar com ele e agora com o curso seria mais difícil. Combinaram em um restaurante próximo da Biblioteca e Carolina iria levar o presente e saber das novidades e contar as dela.
Carolina desligou o celular e entrou na sala, achando o ambiente muito amistoso. Iria gostar das aulas.

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