Três meses se passaram e junto com ela, uma dor de cabeça que acometeu Carolina em seu ambiente de trabalho, fazendo com que parasse um pouco seus deveres e descansasse por alguns minutos.
Foi até a copa tomar uma xícara de café expresso e esbarrou com Sara fazendo o mesmo.
- Estou desde a manhã com essa maldita dor de cabeça e agora está piorando! Preciso urgentemente de uma xícara de café! - falou Carolina sussurrando.
- E eu preciso urgentemente conversar contigo! - respondeu Sara ansiosa.
- O que foi? - perguntou Carolina enchendo uma caneca de café.
- Finalmente, eu e Otto somos oficialmente namorados! - falou Sara sorridente.
- Que ótima notícia, Sarinha, fico muito feliz por você! - Carolina deixou a xícara na mesa e foi dar um abraço em Sara, juntamente com um beijo carinhoso em seu rosto.
- Já estava achando que naquele mato não saía coelho, quase três meses e nada dele falar sobre isso, demorou até para sair o primeiro beijo! Já estava pensando mil coisas dele.
- Calma, Sarinha, você tinha que entender a posição dele, né? Ele tinha problemas com isso.
- Eu sei, foi por isso que ele resolveu fazer a terapia que indiquei, nem ele se aguentava daquele jeito! - Sara falou aliviada.
- E agora, como estão as coisas?
- Muito melhor, ele está como eu diria; um homem de verdade! O que eu conheci era um ser inferior. - riu Sara e completou: Machista? Preconceituoso? Qual mulher ia querer ficar com ele? Precisei ter um pouco de paciência, mas está dando tudo certo.
- Soube pelo Phill, que ele está sempre comentando de você, falando dos passeios que fazem e tal... - falou Carolina.
- É verdade? - surpreendeu-se Sara.
- Sim, me parece que ele está bastante satisfeito com o namoro.
- Bem, para você ver como ele está melhorando. Ele foi até a minha casa conhecer meus pais, disse que era importante.
- Viu? Como uma terapia e uma namorada certa não fazem um efeito grandioso!
- Acredito que a terapia não foi o principal motivo da mudança e sim, a boa vontade dele e muita conversa! Estou muito animada e feliz.
- Eu acredito em você. E mais um ponto; a paixão dele por você.
- Não precisa ficar espalhando por aí, ok? - riu Sara.
- Mas, me diga, tem notícias de Celso?
- Ia te falar isso também! Recebemos postais da Espanha, os coloquei em sua mesa!
- Uau! Que chique! E o que ele fala? - perguntou curiosa Carolina.
- Ele fala que está com saudade da gente e que está adorando cada momento da viagem. Já conheceu vários lugares, até fez um passeio para as ilhas Canárias, que é lindíssima e escreveu no rodapé: Conheci um moreno espetacular!
- Ai, esse Celso! Imagina quando chegar, o tanto de aventuras que ele vai nos contar. - riu Carolina com Sara fazendo coro, imaginando como estaria Celso com todo aquele povo bronzeado da Espanha. Celso tirou dois meses de férias, as férias de direito e outra que estava atrasada, resolveu tirar tudo junto e viajou para a Espanha, tanto para visitar, quanto para estudar. Queria sair de lá falando espanhol e quiçá com um espanhol à tiracolo. As férias acabariam naquele mês. Ele adorava viajar. Tinha um tempo vago e lá estava ele viajando e gostava de fazer isso sozinho.
- Hei, Sarinha, no próximo sábado faremos uma reunião lá em casa para comemorarmos o aniversário de Miguel. Você e Otto estão convidados! - falou Carolina.
- Ah, que ótimo! Que horas seria?
- Por volta das 15 horas. Você sabe, marquei cedo para eles brincarem sem ter medo da hora passar rápido demais. E para os pais não reclamarem que é muito tarde para buscarem as crianças.
- Sem problemas, Carol. Você quem vai fazer os quitutes?
- Vou fazer os docinhos, os salgados farei encomenda e o bolo também, não sei fazer bolo em grande quantidade, não vou me arriscar.
- É, fazer bastante para aquelas crianças famintas e Otto, ô homem que não pode ver doce! - falou Sara abrindo uma gaveta e pegando um material para trabalhar com as crianças. - Bem, agora vou lá, tratar das minhas crianças.
- Vai lá, boa sorte com elas! - sorriu Carolina, pegando sua caneca e dando o último gole.
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