14 setembro 2012

21 - Sentidos


Já tinha tempo que não levava Carol para um passeio e hoje seria mais um dia especial com ela, então, Phillip planejou o dia saindo mais cedo do trabalho e passou no supermercado para algumas compras extras. Queria fazer um jantar light para Carolina, mas não seria em sua casa, Phillip estava planejando outro lugar para que não haja nenhuma interrupção. Assim que saiu, pegou o celular do bolso e ligou para Carolina. Estava sentindo ela muito amuada, muito caladinha, queria ver seu sorriso novamente e estava ansioso para isso.
- Oi, meu amor, tudo bem? - perguntou Phillip.
- Tudo sim, meu bem. Tudo tranquilo por aí? 
- Tudo ótimo! Estou na rua, resolvendo algumas coisas. Topa jantar comigo hoje? E sendo seu cozinheiro? - Phillip estava animado.
- Você sabe cozinhar, Phill? - perguntou Carolina admirada.
- Hmmm, não... Mas hoje vou aprender! - riu ele.
- Hmmm, só quero ver. 
- E verás! - falou Phillip, desligando a ligação e mandando beijo.
Carolina comentou com Sara sobre o encontro com Phillip mais tarde e perguntou se deveria contar o incidente na Biblioteca para ele. Sara fez um sinal afirmativo, mas ponderou que só deveria falar quando já tivesse passado o bem bom do encontro. 
- Fala depois, quando ele te deixar em casa. -falou Sara.
Preparou-se para a noite, tomando um banho caprichado, deixando a água morna cair por sua nuca e costas. Carolina ficou um bom tempo deixando a água fazer essa massagem em seu corpo e quando terminou, colocou um jeans skinny e uma blusa preta de botões decotada que realçava seu colo e deixava à mostra seu colar de coração alado. Colocou um scarpin xadrez, seu perfume amadeirado e batom vermelho. Estava pronta, pronta para o que vier e estava segura disso.
Phillip e Carolina não foram tão longe, estavam próximo do bairro onde morava Carolina e estacionaram o carro na calçada em frente a um prédio baixo, de arquitetura antiga.
- Que prédio é esse, Phill?
- Meus pais tem um apartamento neste prédio. - respondeu Phillip.
- Hmmm, bacaninha ele. - respondeu Carolina.
- Não é o apartamento que vivia com a Luciana, antes que pense... - emendou Phillip.
- Ah, sim, claro! Nem tinha pensado nisso - falou Carolina, mentindo.
Phillip deu boa noite ao porteiro com um aceno de mão e puxou a porta do elevador que já estava no térreo. Não subiram muito. O apartamento era no 2º andar.
O apartamento era pequeno e logo que entrou viu um ambiente vazio, contando com alguns móveis como um sofá de camurça cinza de dois lugares, um baú velho sendo usado como mesa de centro com diversas revistas publicitárias, um grande lustre preto pendurado e um enorme quadro de imagem abstrata bem colorida no meio da sala, provavelmente pintado por Dona Elena. A sala tinha uma pequena varanda com cadeiras de plástico e um vaso de plantas. 
- Esse apartamento estava alugado, mas os moradores tiveram que se mudar e desde então tenho usado.
- Uma espécie de matadouro. - riu Carolina.
- Nada disso, uso quando as reuniões de trabalho varam a noite e para não ir dirigindo até em casa, que é bem distante, prefiro dormir aqui. - falou Phillip seco.
- Desculpe, amor. – Carolina deu um beijo molhado em Phillip, deixando a marca de batom em seus lábios.
- Não quero que você pense que sou aquele tipo de homem que só quer diversão com mulheres.
- Não, não pensei isso, Phill, só estava brincando... - Carolina estava arrependida.
- Ok. Bem, às vezes chamo alguns colegas de trabalho que também moram longe para ficarem aqui e no dia seguinte, estamos prontos para mais um dia de trabalho. - explicou Phillip.
- É uma boa, realmente. Mas e os móveis? 
- Alguns móveis são do outro apartamento que morei com a Luciana, peguei algumas coisas que precisava, outros eu comprei. Está vazio, pois não tenho interesse em morar aqui. 
- Não? Por quê? - perguntou Carolina.
- Prefiro o aconchego e o carinho da mamãe... - riu debochado Phillip.
- Ah, vocês homens, correm logo pra mamã, hein? - riu Carolina.
- Mas, sairia da barra da mãe se tivesse um motivo muito forte para isso... - Phillip falou encarando Carolina.
- Hmmm, qual seria esse motivo?
- Não sei, o que você acha? - falou Phillip abraçando Carolina e a beijando apaixonadamente.
Entraram no quarto de hóspedes e lá só havia um quadro de um pierrot pintado também por Dona Elena. Um pierrot melancólico, segurando uma rosa vermelha perto de sua boca. Dois colchões de acampamento estavam enrolados num canto, que Phillip dissera ser dos colegas que dormiam lá, uma banqueta laranja e uma cortina branca transparente, de tecido voil, que Phillip dissera ser boa para filtrar a entrada de luz no ambiente e dava um visual obscuro. Sabia disso porque sua mãe gostava do tecido e fazia em todos os ambientes da casa que viviam. 
A cozinha era gelada, com piso branco e parede de ladrilhos também da mesma cor. Uma geladeira antiga, um fogão velho, um armário com portas de correr para a despensa e duas cadeiras numa mesa pequena completavam o local.
Carolina pensou aonde eles iram comer e não tinha visto nada em cima do fogão para degustarem.
Quando chegou a vez de conhecer o outro quarto, Phillip pediu para Carolina esperar um pouco no sofá da sala.
Phillip entrou no quarto e fez os últimos retoques.
Contrariando o que Sara recomendou, Carolina ia contar o que acontecera no dia anterior, assim que Phillip saísse do quarto. Como ele demorava pensou:
"Será que ele vai surgir vestindo alguma fantasia?" , e riu com o próprio pensamento. 
Mas não, Phillip saiu do mesmo jeito que entrou, vestindo sua pólo preta e seu jeans escuro e sapatênis. Seu cabelo loiro estava escuro por causa da pouca luz, mas o "bagunçado arrumado" estava lá e talvez fosse a marca dele, logo depois dos claríssimos olhos azuis que a encantava. Mas estava carregando nas mãos uma bandeja de cama com dois pratos bem saborosos e um pequeno vaso com uma rosa vermelha.
- Uau! - exclamou Carolina.
- Uau o que? Tem mais lá dentro! - falou Phillip fazendo suspense.
- Hmmm, já gostei da bandeja!
"Bem, aquele assunto, definitivamente, ia deixar para depois", pensou Carolina. 
Phillip fez uma mesura para que Carolina entrasse e desfrutasse do ambiente.
Ela olhou meio ressabiada, mas gostou do que viu.
O quarto estava escuro, apenas iluminado por velas de vários tamanhos e cores, a cama era forrada por uma colcha vinho e dois travesseiros da mesma cor, um quadro retangular com a imagem de prédios que parecia ser Chicago ficava em cima da cama e a inconfundível cortina branca de voil. Tinha também uma pequena televisão que ficava solitária num gaveteiro de madeira clara e um espelho de pé no outro lado do quarto. Uma mesa improvisada e um lençol branco cobria a mesma. Carolina ficou curiosa, mas Phillip dissera que só mostraria depois. Então, se sentaram na cama macia e comeram seu jantar, mas antes, os dois tiraram seus respectivos sapatos.
- Hmmm, está com cheirinho bom, o que é? - perguntou Carolina.
- Penne de atum com brócolis e tomate seco. - respondeu Phillip rapidamente.
- Você quem fez? - Carolina olhou Phillip de rabo de olho.
- Fui eu quem comprou, logo ali no mercado. - riu Phillip.
- Assim não vale!!! Perdeu um ponto comigo! - falou Carolina divertida.
- Ah não! Mas acredito que irei compensar mais tarde. Acredito!
Sentaram próximos um do outro, tomaram uma taça de vinho e começaram a degustar a massa. Assim que terminaram, Carolina foi até o banheiro escovar os dentes e enquanto isso, Phillip aproveitou sua ausência para surpreendê-la quando voltasse.
Na volta de Carolina, Phillip pediu para ela colocar uma venda negra nos olhos, que acatou desconfiada. Phillip a conduziu para a cama e a fez sentar. Carolina dava risinhos tímidos, mas seguiu com a fantasia de Phillip.
- É para aguçar seus sentidos. - falou Phillip.
Phillip borrifou uma pequena quantidade de perfume em seu braço para que Carolina cheirasse.
- Diga, Carol, que cheiro é esse?
- Hmmm, é cravo! Cheirinho bem suave de cravo, com um leve toque amadeirado. - falou Carol segurando o braço de Phillip e dando uma leve lambida nele.
Phillip tirou o lençol branco da mesa improvisada e pegou um cacho de uvas e colocou na boca de Carolina que saboreou divertida a fruta.
- Uva! E daquelas sem caroço, deliciosas!
Phillip se aproximou e pegou uma uva para ele, dando um ligeiro beijo em Carolina. Pegou outro alimento e roçou nos lábios dela.
- Esse... Acho que é goiaba... Argh, não gosto de goiaba. - falou Carolina fazendo careta.
- Calma, então vamos melhorar isso... - Phillip fez um movimento rápido pegando a taça de vinho e fazendo Carolina bebê-la.
- Bem melhor... Bem melhor!
Pegou outro alimento e dessa vez Carolina gostou muito... Frutas secas. Phillip estava segurando um pote com castanhas, amêndoas e nozes e dava um por um na boca delicada de Carolina, que suspirava com a iguaria.
- Delícia demais, adoro!
- E esse? - perguntou Phillip despejando um pouco de chocolate em sua boca. 
- É dos deuses! - falou Carolina, tentando lamber os cantos da boca que ainda sentia ter o chocolate.
- Caiu um pouco aqui! - Phillip se abaixou e lambeu um pouco o chocolate derretido, caído no decote de Carolina. 
A excitação foi tanta, que Phillip não aguentou e foi seguindo o rastro do chocolate até os lábios de Carolina, beijando-a demoradamente e derrubando-a na cama. Carolina não hesitou em nenhum momento, estava adorando.
Quando ainda estavam se beijando, Phillip foi desabotoando a blusa de Carolina devagar, enquanto ela levantava a venda dos olhos, fazendo o mesmo com apólo preta de Phillip, que mostrava um corpo torneado com músculos trabalhados na academia, no tamanho exato de que gostava e um peitoral coberto por uma moderada penugem castanha que fazia um filete de curtos pêlos até o umbigo.
Phillip a parou e falou que ainda tinha mais e pediu para colocar a venda novamente nos olhos. Pegou um morango bem vermelho e suculento e colocou nos lábios de Carolina, fazendo-a sorrir. Phillip a beijava enquanto ela comia o morango e logo em seguida, despejou uma pequena quantidade de leite condensado que lambuzou todo o seu colo e fez com que Carolina desse um gemido de satisfação. Phillip foi beijando e eliminando qualquer vestígio do leite condensado com sua língua ao mesmo tempo em que tirava o sutiã de Carolina, avistando seus belos seios fartos e a abraçando em seguida. 
Phillip e Carolina protagonizaram uma noite deliciosa e excitante. Phillip tirou a venda dos olhos de Carolina e a fez sua mulher ali, deitada naquela cama quente e aconchegante com todas aquelas velas cheirosas. Carolina suspirava de tesão envolvida nos braços de seu amor com seus corpos nus na penumbra da noite e o vento fazendo com que as cortinas dançassem sensualmente, deixando entrar alguns feixes de luz.
Queriam aproveitar o máximo da primeira noite realmente juntos, cheios de carinho e paixão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário