28 setembro 2012

12 - Pausa para o café


De volta ao batente.
Depois daquele passeio ao asilo, Carolina ficou bastante impressionada. Às vezes se esquecia como o mundo é, como as pessoas são.
Ela praticamente passa o tempo todo na biblioteca, cercada de livros e não percebe que as pessoas que lê nos livros, existem realmente no mundo 'real' e Phillip estava mostrando cada pedacinho daquele mundo estranho para ela.
Carolina resolveu tirar um tempinho para conversar com Sara, sua colega de trabalho e amiga pessoal. Sara era alguns anos mais velha que Carolina e uma conselheira para ela, além de sábia e atenciosa.
Carolina sempre recorria aos seus conselhos. Sara tinha cabelos curtos e negros, um longo sorriso e um olhar sereno. Era solteira e esperava o cara certo bater a sua porta.
Carolina que estava com uma caneca de café na mão, falou:
- Ontem Phill me levou a um asilo! 
- Asilo? E como foi? -perguntou Sara parando o seu trabalho para ouvir Carolina.
- Ele não tem nenhum familiar lá, mas quando precisou visitar o lugar, se apaixonou e começou a fazer doações junto com os colegas de trabalho.
- Ótima atitude a dele, é um rapaz preocupado, isso diz muito de uma pessoa. - falou Sara.
- Eu também achei fantástico, mas me senti triste por eles.
- Por que, Carol? Eles se acostumam com isso, tem seu cantinho, pessoas da mesma idade, com os mesmos problemas e carências. Divertem-se juntos, não vejo motivo de ficar triste.
- Ah, acho que eu estava num dia ruim. Phill levou o cachorro dele pra lá também.
- Que barato! Aposto que foi uma alegria só!
- Foi sim, eles já conhecem o Phill e o Bento há algum tempo. Eles o adoram.
- Mais um ponto para o Phillip e para você, Carol, que tirou a sorte grande.
- Será, amiga? Tenho medo...
- Caramba, Carol, já falei para você parar com isso; de ter medo, parece criança boba! Se você não se permitir uma aproximação maior, jamais saberá como é ser amada. É preciso se jogar, deixar o passado de lado, esquecer quem te magoou. A vida é assim. 
- Estamos nos aproximando aos poucos...
- Eu sei, mas se tiver que se aproximar mais, nada de temer. Eu não acho que Phill vá brincar com você, ele não faz esse tipo.
- É, eu acho que não...
Nesta segunda, Carolina ligou para Phillip dizendo que não iria encontrá-lo na praça, estava indisposta, um pouco enjoada e iria descansar um pouco. Sairia mais cedo do trabalho.
- Você quer que eu a leve para casa? Alguma coisa que comeu, não é melhor ir ao médico? - falava Phillip preocupado.
- Não, Phill, não precisa se preocupar. Não é nada demais, amanhã já estarei melhor. Pego um taxi, chego rapidinho. - falou Carolina melancólica.
- Bem, então quando chegar em casa, me ligue. Fique bem, Carol, beijo! 
- Ligo sim. Beijo, Phill.

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